segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Violência contra deficientes

No Brasil, existem cerca de 24,5 milhões de pessoas com deficiência. No mundo esse número chega a 600 milhões, sendo que 80% dessas pessoas vivem nos países em desenvolvimento. Pessoas com deficiência são vistas, em sua maioria, como frágeis e indefesos. Pessoas que ninguém teria coragem de cometer um ato violento, certo? Errado. A realidade mostra que pessoas com deficiência, segundo a ONU, estão mais expostas à violência e sofrem com uma intervenção menos eficaz da polícia e dos órgãos de fiscalização, de proteção jurídica e de cuidados preventivos, segundo estudo realizado na Inglaterra.
A violência contra deficientes  no Brasil ainda é pouco estudada. E para tentar compensar esse problema, pesquisadores da FIOCRUZ em conjunto com a Secretaria Municipal da pessoa com deficiência do Rio de Janeiro e a Universidade Veiga de Almeida fizeram um estudo em três instituições referência no atendimento à crianças e adolescentes com necessidades especiais.

A equipe verificou que violência e violações dos direitos, muitas vezes, fazem parte do contexto social  dessas crianças e jovens. 




De acordo com estatísticas nacionais, uma em cada três mulheres corre o risco de ser vítima de violência sexual durante sua vida, e a estimativa revela que uma em cada cinco crianças, meninos ou meninas, enfrenta o mesmo risco. Estupro, molestamento de crianças e incesto estão aumentando em índices alarmantes em nosso país. Infelizmente, pessoas com deficiência intelectual e distúrbio emocional são também suscetíveis a esta experiência degradante. Uma pesquisa feita por SHUKER(1980), revela que um estuprador com frequência escolhe vítimas por alguma “vulnerabilidade como, por exemplo, juventude, velhice, deformidade ou deficiência física”.  A condição da vítima, muitas vezes é piorada por não ser levada à sério enquanto denuncia. Um deficiente, no caso de pessoas com transtorno mental, o relato delas sobre uma agressão sexual pode ser entendido como “uma manifestação inerente à sua deficiência¨ ou uma história inventada para ganhar atenção.



Segundo o site: www.bengalalegal.com , vários casos clínicos sobre a violência contra deficientes são relatados, como por exemplo:

-Dean tem 21 anos de idade e foi internado em uma instituição para pessoas com deficiência intelectual. Ele reclamou que uma enfermeira o forçou a fazer sexo com ela. 

Ele afirma que nunca contou isto a ninguém, até depois que ela saiu do emprego, porque tinha medo do que seus pais poderiam pensar. Dean também ficou constrangido e contou que seus colegas riram dele por não agir como um homem. 


Por que, então, um homem reclamaria por ter sido ‘seduzido’ por uma mulher?

Um comentário:

  1. Um pouco assustador ler esse post, é realmente um número muito grande os dados de que 80% da violência contra os deficientes, aonde na verdade ele deveriam ser cuidados com amor e carinho. Respeitados de forma coerente. Essa pesquisa que vi no texto me deixou abismado de como vivemos em sociedade cruel que consegue violentar uma pessoa que não tem defesa, que muitas vezes não tem como reagir, como ir em busca da léi. E realmente assustador. Fico abismado.

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