segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Resenha do filme: O silêncio de Lara.

 O SILÊNCIO de Lara. Direção e Produção de Rodolfo Barros. Curitiba-PR. Associação Sul Paranaense da IASD, 2014. 30min, cor, 35mm.

            Rodolfo Barros, conhecido como Rudy Barros, é diretor do Centro de Mídia da Sede Adventista do Sul do Paraná. Natural de Camaragibe Pernambuco (PE), começou sua carreira trabalhando para a Igreja do Nordeste.

O filme começou a ser rodado em abril de 2014, depois de quatro meses de preparação, é uma parceria dos alunos em que naquele ano estavam concluindo o curso de Cinema do Centro Europeu, junto com o grupo “Quebrando o silêncio”.

O curta metragem conta o drama de uma adolescente de 14 anos, que sofre abuso sexual desde sua infância e resolve acabar com o segredo que a angustiava. Lara, encorajada por um folheto que mantém guardado a algum tempo, passa a lutar contra o seu medo de “quebrar o silêncio”.

Notavelmente, a película é baseada em situações da vida real referindo-se ao abuso sexual infantil. Uma cena característica do filme é no momento em que Lara ao ficar de joelhos recorda os abusos sofridos enquanto criança.

Percebe-se que o autor usou esta cena para mostrar a realidade de muitas vítimas desencorajadas a denunciar seus agressores. Com o desenvolver do enredo, Rodolfo mostra para o telespectador a importância da denúncia.

Podemos notar que o filme poderia trabalhar melhor na maneira em como a personagem denuncia o agressor, visando uma percepção mais real do problema apresentado. Seria interessante melhorar o roteiro afim de que ficasse claro para as pessoas, que fazer a denúncia imediatamente após o ato do abuso é necessário e seguro para todas as vítimas.

Apesar de mostrar a importância em denunciar os abusos, em particular na questão sexual, o curta acaba nos deixando confusos em algumas cenas. Na cena final do casamento, por exemplo, Lara tenta impedir sua mãe de casar-se.

Por mais que ela não quisesse que sua mãe passasse pela mesma situação, não haveria motivos para impedir o casamento, já que sua mãe se casaria com alguém que não tem histórico de agressões. Claro que mesmo assim, não se tira o mérito de toda intenção do filme que é incentivar a denúncia.

É importante ressaltar que a obra é de suma importância, pois trata-se de um problema que atinge a milhares de pessoas. Muito direto, o filme incentiva que os agressores devem ser denunciados, independente de quem seja. E que guardar a angústia por qualquer tipo de violência não só causa danos a criança ou adolescente, mas também para toda a família. 
            

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